Marisa Costa

Saber sonhar é saber viver!

Meu Diário
07/12/2012 12h00
Chama

A essencia da vida é a impermanência. Ainda que se trace metas e objetivos materiais a serem alcançados, nenhum deles preencherá as reais necessidades do  nosso "Ser" que necessita apenas de sua pópria luz. Assim, o que de fato importa é manter o foco e saber reconhecer o que é verdadeiramante valioso para a alma. 

Trnascrevo, a seguir, um texto do qual não sei a origem:

"Havia um rei que, apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.

Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca. Como sábio, ele pensava e nao conseguia entender como é que o rei, que nao estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúnica, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.

Afinal, como sábio ele havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma.

Sentia-se em tormenta. E o rei era virtuoso e amado por todos.

Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele respondeu: "Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo".

Porém, há uma condição: Se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante,

O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou: " Você conseguiu ver todas as minhas riquezas"?

O sábio, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama se apagasse, respondeu:

"Majestade, eu nao vi absolutamente nada".

Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo: 

"Pois é assim que eu vivo. Tenho toda a minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma e, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam. Tenho consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e nao o contrário". 

Obs: Autor  Desconhecido 


 

 


Publicado por Marisa Costa em 07/12/2012 às 12h00
 
01/12/2012 17h23
A Essência da Poesia

" Essência da Poesia.

"Não aprendi nos livros qualquer receita para a composição de um poema; e não deixarei impresso, por meu turno, nem sequer um conselho, modo ou estilo para que os novos poetas recebam de mim alguma gota de suposta sabedoria. Se narrei neste discurso alguns sucessos do passado, se revivi um nunca esquecido relato nesta ocasião e neste lugar tão diferentes do sucedido, é porque durante a minha vida encontrei sempre em alguma parte a asseveração necessária, a fórmula que me aguardava, não para se endurecer nas minhas palavras, mas para me explicar a mim próprio. 
Encontrei, naquela longa jornada, as doses necessárias para a formação do poema. Ali me foram dadas as contribuições da terra e da alma. E penso que a poesia é uma acção passageira ou solene em que entram em doses medidas a solidão e solidariedade, o sentimento e a acção, a intimidade da própria pessoa, a intimidade do homem e a revelação secreta da Natureza. E penso com não menor fé que tudo se apoia - o homem e a sua sombra, o homem e a sua atitude, o homem e a sua poesia - numa comunidade cada vez mais extensa, num exercício que integrará para sempre em nós a realidade e os sonhos, pois assim os une e confunde.

 

E digo igualmente que não sei, depois de tantos anos, se aquelas lições que recebi ao cruzar um rio vertiginoso, ao dançar em torno do crânio de uma vaca, ao banhar os pés na água purificadora das mais elevadas regiões, digo que não sei se aquilo saía de mim mesmo para se comunicar depois a muitos outros seres ou era a mensagem que os outros homens me enviavam como exigência ou embrazamento. Não sei se aquilo o vivi ou escrevi, não sei se foram verdade ou poesia, transição ou eternidade, os versos que experimentei naquele momento, as experiências que cantei mais tarde. 
De tudo aquilo, amigos, surge um ensinamento que o poeta deve aprender dos outros homens. Não há solidão inexpugnável. Todos os caminhos conduzem ao mesmo ponto: à comunicação do que somos. E é necessário atravessar a solidão e aspereza, a incomunicação e o silêncio para chegar ao recinto mágico em que podemos dançar com hesitação ou cantar com melancolia, mas nessa dança ou nessa canção acham-se consumados os mais antigos ritos da consciência; da consciência de serem homens e de acreditarem num destino comum". 

Pablo Neruda, in "Nasci para Nascer" (Discurso na entrega do Prémio Nobel)Tema(s): Poesia 


Publicado por Marisa Costa em 01/12/2012 às 17h23
 
29/11/2012 19h40
Amando o que acontece

Amando o que Acontece

"As estações mudam. Às vezes é inverno, às vezes é verão. Se você permanecer  sempre no mesmo clima, você se sentirá estagnado. Você precisa aprender a gostar daquilo que está acontecendo. Chamo a isso de maturidade. Você precisa gostar daquilo que já está presente. 

A imaturidade é ficar vivendo nos "poderias" e nos "deverias" e nunca vivendo naquilo que "é"  - aquilo que "é" é o caso, e o "deveria" é apenas um sonho. Tudo o que for o caso, é bom. Ame isso, goste disso e relaxe nisso.

Quando algumas vezes vier a intensidade, ame-a. Quando ela for embora, despeça-se dela. As coisas mudam... A vida é um fluxo. Nada permanece o mesmo; às vezes  há grandes espaços e às vezes não há para onde se mover.

Mas a duas coisas são boas, ambas são dádivas da existência. Você deveria ser grato, reconhecido por tudo o que acontece. Desfrute o que for. É isso que está acontecendo agora. Amanha poderá mudar, então desfrute aquilo. Depois de amanha algo mais poderá acontecer. Desfrute-o.

Não compare o passado com as fúteis fantasias futuras. Viva o momento. Às vezes é quente, às vezes é muito friomas ambos são necessários; de outro modo, a vida desapareceria. Ela existe nas polaridades".


Osho, A Rose is a Rose is a Rose is a Rose.


Publicado por Marisa Costa em 29/11/2012 às 19h40
 
29/11/2012 13h04
O Amanha

 

O Amanhã... tão perto, tão distante...

Pra quê esperar para realizar aquele projeto, tirar as férias dos sonhos, juntar dinheiro, perdoar, dizer mais eu te amo? Achar, que a vida vale a pena?

“O que será do amanha, como vai ser o meu destino”...

Pra quê esperar?

Por que não meter a cara e ser feliz hoje, simplesmente?

O amanha...

tão perto...

tão distante...

pode ser  tarde demais.


Publicado por Marisa Costa em 29/11/2012 às 13h04
 
09/11/2012 18h55
Via lactea

VIA LÁCTEA (XIII)

"Ora (direis), ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso!"
Eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

- Olavo Bilac* -
(Extraído do livro "Poesias" - 1888).

- Nota:
* Olavo Bilac (1865-1918): foi jornalista e um dos maiores poetas brasileiros - e também membro fundador da Academia Brasileira de Letras.


Publicado por Marisa Costa em 09/11/2012 às 18h55



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