Triste e Pesada e Querida...
De início era alegria, era paz.
Depois, na calada da noite, sorrateira, sem que eu percebese, silente, chegou de mansinho, foi tomando forma. Empoderada se espalhou feito nuvem, virou muito mais desamparo, muito mais angústia.
Cansada, esgotada, mandei-a embora.
Traiçoeira, cismou de ficar, infinda, eternamente.
Detestei. Insisti dela me livrar, mas vencida pela incúria que me invadia, degradei-me em sua terrível falsidade, muito embora em meio a um montão de lágrimas, desejei que seus tentáculos me sufocassem de vez...
Que irritante! Não deu certo.
Não era algo comum.
Voraz, onde quer que eu estivesse, não dava trégua.
Deslumbrante, paradisíaca, tomava-me satânica, hedônica. Perambulando feito alma penada se tornou um ser solitário e triste no meio de multidões e ruídos.
Triste e pesada e querida respondia pelo nome de solidão da alma...