A bicicleta vermelha... Véspera de Noite de Natal. Num eram oito horas, no entanto, aprisionados em nossas camas, meus irmãos e eu, mal podíamos conter nossa ansiedade à espera de Papai Noel. A desculpa do meu pai para obrigar a gente a dormir cedo era - a novela das oito é imprópia para crianças, dizia ─ mal sabia ele que a todas assisti pelo buraco da fechadura... Ah, como era divertido enganá-lo. Eu me sentia... Pois bem. O combinado entre nós era fingir que dormíamos. Meus irmãos desconheciam quem era o Papai Noel. Menos eu. Quando descobri não foi legal não. Lamentei que minha curiosidade desmistificasse figura tão mágica que ao meu sonhar encantara. Pra lá de meia-noite, quando ouvi o ronco do meu pai, acordei meus irmãos que haviam pegado no sono. "Psiu! Papai Noel já passou. Vamos ver o que ele deixou em nossos sapatinhos atrás da porta". "Deixei meu sapatinho na janela do quintal, Papai Noel deixou meu presente de Natal" - um viva a inocência, época mais linda da vida... Aventurando-nos pelo escuro, pé ante pé ,vencemos o quarto dos nossos pais e chegamos à sala de visitas. No coração a pergunta que não quer calar: Papai Noel trouxera os presentes que em que em nossas cartas pedíramos? Não me decepcionei. Nem meus irmãos. Lá no "cantin" luziam nossos presentes. Minha bicicleta vermelha, afaguei-a. Seu tom combinava alegria com as cores mais vibrantes da vida, o pôr do sol. Era só ela, toda ela. Tombos, risos, liberdade... Como a gente não podia brincar na rua como as outras crianças, eu as invejava. Tempo inteiro desejava soltar riso tão livre. Tão único de aventurar-me pelas calçadas fascinantes da rua. Até que...Incrível! Ele deixou, deixou a gente brincar na rua... O meu primeiro voo de liberdade foi na minha bicicleta vermelha. De uma esquina a outra fui e voltei milhares de vezes pelas largas calçadas da rua calçada de paralelepípedos de ferro. "Liberdade, liberdade, abra as asas sobre mim"!... Livre assim , poucas vezes mais me senti... Minha bicicleta vermelha ─ sinônimo da mais pura liberdade ─ não sei que fim levou. Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 20/12/2020
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