Marisa Costa

Saber sonhar é saber viver!

Textos



A bicicleta vermelha...

Véspera de Noite de  Natal.
Num eram oito horas, no entanto, aprisionados em nossas camas, meus irmãos e eu, mal podíamos conter nossa ansiedade à espera de Papai Noel. 
A desculpa do meu pai para obrigar a gente a dormir cedo era - a novela das oito  é imprópia para crianças, dizia ─  mal sabia ele que a todas assisti pelo buraco da fechadura...
Ah, como era divertido enganá-lo. Eu me sentia...
Pois bem.  O combinado entre nós era fingir que dormíamos. Meus irmãos desconheciam quem era o Papai Noel. Menos eu.   
Quando descobri não foi legal não. Lamentei que minha curiosidade desmistificasse figura tão mágica que ao meu sonhar encantara.

Pra lá de meia-noite, quando ouvi o ronco do meu pai, acordei meus irmãos que haviam pegado no sono.
"Psiu! Papai Noel já passou. Vamos ver o que ele deixou em nossos sapatinhos atrás da porta". "Deixei meu sapatinho na janela do quintal, Papai Noel deixou meu presente de Natal" - um viva a inocência,  época mais linda da vida...
Aventurando-nos pelo escuro, pé ante pé ,vencemos o quarto dos nossos pais e chegamos à sala de visitas. No coração a pergunta que não quer calar:
Papai Noel trouxera os presentes que em que em nossas cartas pedíramos?
Não me decepcionei. Nem meus irmãos. Lá no "cantin" luziam nossos presentes.

Minha bicicleta vermelha, afaguei-a. Seu tom combinava alegria com as cores mais vibrantes da vida,  o pôr do sol.
Era só ela, toda ela. Tombos, risos, liberdade...
Como a gente não podia brincar na rua como as outras crianças, eu as invejava.
Tempo inteiro desejava soltar riso tão livre. Tão único de aventurar-me pelas calçadas fascinantes da rua. 
Até que...Incrível! Ele deixou, deixou a gente brincar na rua...

O meu primeiro voo de liberdade foi na minha bicicleta vermelha.
De uma esquina a outra fui e voltei milhares de vezes pelas largas calçadas da rua calçada de paralelepípedos de ferro.  
"Liberdade, liberdade, abra as asas sobre mim"!...
Livre assim , poucas vezes mais me senti...
Minha bicicleta vermelha ─ sinônimo da mais pura liberdade ─ não sei que fim levou.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 20/12/2020
Alterado em 29/05/2021
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras