Marisa Costa

Saber sonhar é saber viver!

Textos


Exílio...

Mar fustigado
Doloroso me ver,
náufraga ...
 
Afundo.
Procuro um motivo

Pra quê mergulhar nesse vazio... 

 Estar nem água, nem terra
Farta, estar apaixonada
O desejo, os sentidos
Por baixo da pele
Nem paz nem amor satisfeito...
Pra quê?
 
Sorvida de ternura
Só enorme deserto
o quente da areia
Habitando  silêncios...
Pra quê?...
 
Olhos colhendo o sol
Labirinto dos meus conflitos
Flertando com a utopia, creem...

Amanhã há de ser outro dia...
Só amanhã...
Pra quê?
O amanhã nem existe... 


 
Ave Maria Gounod  Trio Amadeus


SONETO XVII
 
(...)
 
“Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida,
a luz das flores,

e, graças ao teu amor,
vive obscuro em meu corpo

o denso aroma que subiu da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando,
nem onde,

amo-te diretamente
sem problemas nem orgulho:

amo-te assim
porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo
em que nem eu sou nem tu és,

tão perto que a tua mão
no meu peito é minha,

tão perto que os teus olhos
se fecham com meu sono”.

 
Pablo Neruda

 
 
 
Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 26/06/2020
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