"Nunca chegamos ao fundo da nossa solidão."
(Georges Bernanos ) Com a leveza de quem abandonou tudo buscava um caminho para recomeçar.
Antes, doída e congelada e florescente, confessa: "Plantei sim, estrelas. Vastos me pareceram os atalhos por onde andei. Neles me perdi? Os julguei atraentes, pois sim. Velejei por tempestades, em noites escuras de trovoadas? Buscava um farol para iluminar-me o caminho. No limiar a saudade acolhera a um rio de solidão como seu? Que alternativa? Do seu sofrer ninguém queria saber. Tristeza contagia feito praga, descobrira. Restara-lhe libertar o peito do amargor. Vai ver buscara proteção a quem não a podia dar. Quiçá, sofresse da mesma melancolia que ela. Mesmo mais triste sublimara a dor. Fugir seria feito vida que não segue". No trajeto de volta lágrimas e prantos iam diluindo a acidez das melancolias. Solidão se liquefazia pelas veredas. O sangue e os suores enquanto alimentavam a terra ressequida, sedenta de ternura fecundavam o solo. Até o dramatismo da vida virou a esquina a fim de encontrar a bem-aventurança. História da vida repaginada se atreveu a ir por aí soltando suas gargalhadas. Sussurando seus escritos em parágrafos oxigenados pela emoção; Se de alegria, floria-os. Se de tristeza, enlutava-os. Importava-lhe não ser um nada nesse mundo. Para o Criador, era sim, a melhor da criaturas. Sem o seu romance com a vida. Seus risos mascarando lágrimas, extravasando travessuras, outras tantas adoçando agruras passageiras, o mundo perderia. O palco da vida estaria mais pobre de emoções. De poesia. Que o digam: "Como ela mente". Que zombem: "Quanto delírio! Abandonando a proteção do camarim, na sala quase vazia – outrora sorrisos, agora saudades, ri alto. Das entranhas arranca o ato derradeiro: "Enquanto um respiro houver e eu puder e até nada mais me restar, a não ser esse corpo, que jamais se fechem as cortinas da emoção". O pano cai. Os aplausos explodem. A luz não se apaga. (*) Imagem: Google Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 25/04/2019
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