Ensaiei violência, solidão encontrei...
“Era um medo. Um medo feito o que se tem da morte”...
A mesma história tantas vezes lida, aos milhares vivida, adolescente ainda, largou de fotografar os sonhos. Mesmo que uma mescla de real com fantasia e daí? O insuportável é que alma, de sonhar, andava perdida. Fugindo do medo, o medo de enfrentar a vida, de se entregar e sofrer, refugiou-se na violência. Tudo no mundo é difícil, tudo é frágil, tudo passa. Mas, diante do que sentia, esse "tudo" era pouco. O seu medo era feito aquele que se tem da morte. Sem rumo, uma bandida, mais se embrenhava no furor da violência. Um cão sem dono, tão cansada menina, a irritação consigo mesma não se resolvia. Nas cinzas das horas, onde quer que ia, a noite de olhos arregalados conduzia seus passos sem réstia alguma de brilho de luar. Assustador! Quis preservar-se. Não escondia a pressa. Precisava. Uma vida longa, uma noite curta, quiçá. Desistir não era uma opção. Merda! Lá, no confim da sua condenação, lá onde se asilara, o mal da solidão era o que tinha. (*) Imagem: Google Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 15/02/2018
Alterado em 17/02/2018 Copyright © 2018. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |