Balada do Tempo... por um coração solitário
Em dias quentes de juventude qual arvore viçosa abraça o céu em um único abraço acolhestes no peito amores, paixões, todas as dores sem de nenhuma delas fugir... fracassos, transmutastes em trampolins para a vitória. No outono, seduzida pelas falsas luzes do asfalto confrontastes o existir à alienação de teus anos dourados viveste sem viver, sentir, amar a voz impessoal do mundo revelou teu espelho d’alma. E no solstício do rigoro inverno a acoitar teus dias faixas escuras a apertar teu coração lamentas a desolada solidão nenhum amor para chamar de teu. Queres retroceder... Vestir o coração de doce amor peito aberto, na chuva lavar a profundidade de tuas dores replantar teu jardim e redecorar tua alma. Mas, não podes. Teu tempo acabou. Tudo levou. Nem pores de sol, mar, lua, nem suave brisa. Ah, esse tempo! Foice implacável? E quando teu corpo, agora gelado, desce à sepultura, sorris. Já não há mais vazios, silêncios, nem dores. Não há morte. Arcanjo ou nuvem voas nas asas da luz para além das estrelas embalada nas notas musicais dos ventos da liberdade. Música de fundo: Summer Wind - Giovanni Marradi (*)Imagens: Google Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 23/08/2013
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