Abraçada por um desses afastamentos inevitáveis, fruto de minhas visitas aos meus desertos internos, fugi. Refugiei-me, vestida no silencio em que a alma se calou, à espera de um farol que trouxesse de novo a claridade. Pensei que esse “trem” fosse passar logo. Não passou. Pensei que pudesse apertar um botão qualquer e com apenas um clique fazer tudo clarear. Não rolou. Podia escrever, mas com a inspiração de mal comigo e eu com ela, o teclado emudeceu. Ufa! Eu estava insuportável. Sem poder mais me aguentar me receitei um passeio a um lindo parque ensolarado. Sempre funcionava. Talvez eu precisasse observar mais, sentir mais. Mergulhei em absoluto silencio e contemplei com olhos puros a beleza, a transformação fluídica que está na natureza. Pouco a pouco, a atmosfera mágica foi fazendo tudo voltar a brilhar, a pulsar, e entendi que quando a gente se esquece de cuidar dos jardins da alma, a vida dá um jeito de nos fazer parar e refletir. Ao longe, a melodia de uma canção encheu meus sentidos. Deixei a voz canta-la baixinho, mais alto, o corpo balançar o ritmo de uma alegria e nem me importei no que pensariam as pessoas que por ali passavam. Ri de mim mesma, mas a verdade é que pude faze-lo. Louca, eu? Loucura, vez ou outra, faz um bem danado. Essa daí terminou de desanuviar minha mente que, temporariamente, se afastara das propostas maravilhosas da vida. No entanto, apesar do crescimento que esses momentos trazem é sempre bom estar de volta. Luz restaurada, o rebuliço das palavras ecoou pela mente... e o teclado finalmente se deixou tocar. * * *
Amigos, desculpem a ausência. Refugiei-me um pouco, mas estou de volta. Um beijo grande a todos. Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 05/08/2013
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