Abriu a janela para o som das ondas entrar. A maré retrocedia, as ondas fazendo um murmúrio trinta metros adiante. O céu vestido de um azul brilhante sorria cheio de luz num contraste gritante com o cinza do seu coraçao.
Seus olhos estão cheios de lagrimas que não derramará. Uma tristeza que remédio algum pode curar. Torceu para que aquele pequeno refúgio pudesse trazer-lhe algum conforto de alma, que a tristeza voasse nas asas do tempo. Na noite anterior, possibilidades de felicidade a tinha encantado e surpreendido. Primeiro... na varanda ensopada de chuva, as gotas caindo em seus corpos nus, vindas de um lugar muito distante. Quando se beijaram foi tempestade e redenção. Uma entrega que até então ela desconhecia. Mergulhou naqueles braços, e se deixou ficar ali bem quietinha, rendida, o corpo inteiro tomado de paz e felicidade. Depois... mais tarde, rolando na cama, enquanto lá fora a chuva não era mais do que um sussurro submarino, dançaram de mãos dadas com as estrelas. Riram e choraram e se amaram, e eram só o que o amor fez deles. E na manha seguinte... ele não estava mais lá. Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 20/04/2013
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