Dia do casório de Rosa e Tobias. O povo da cidade, convidado para a festança, não via a hora de tirar a barriga da miséria. No altar, Tobias não cabia em si de felicidade, ainda que nao pretendesse se casar dois meses depois do noivado. Mas o pai dela fora categórico: ─ Minha fia num é pra fazê hora não. Ocê casa ô vai amanhecê cum a boca cheia de formiga. ─ Ieu casu agorinha, coroné. Silêncio na Igreja. A noiva entrou. Tobias olhou a beleza morena de Rosa e a carabina presa na cintura do homem. Undé qui ieu fui mi metê Deus do céu! O casório transcorreu sem incidentes. O povo afundou o queixo nos comes e bebes até chegar a hora da viagem de lua de mel. Rosa entrou no ônibus, enquanto Tobias chegou para o coronel e disse todo prosa: ─ Ieu vô viajá com a Rosa pra lua de mé e o senhô vai ficá. ─ Vai não! ─ rugiu o homem apontando a carabina para sua cabeça. ─ Minha fia vai ficá viúva e é agora. Tobias se desesperou. Dispois de tudu qui passei, morrê sem comê o frutu? Ajoelhou-se. ─ Façú não, coroné! Pelo amô qui o senhô tem a Deus, deixeu vortá primeiro? ─ Issu é qui não! Num instante de distração do homem, de um salto, Tobias pulou para o ônibus em movimento. Em segurança, se encheu de coragem. ─ Inté, coroné! ─ riu tirando o chapéu. ─ Nois se vê na vorta. Confira a saga de Tobias no conto: Desabalada Carreira Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 27/06/2012
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