Marisa Costa

Saber sonhar é saber viver!

Textos



Letícia entrou na limousine de poltronas tão brancas como seu vestido. Olhou pelo vidro escuro e tentou organizar os pensamentos. Em menos de uma hora sua vida daria uma guinada de 180 graus, e ela seria a senhora Eduardo de Melo Duarte.
Fazer amor seria tão bom como diziam suas amigas, pensou. Seria transportada aos céus, ou seria uma droga?
Tentou concentrar sua atenção no dia mais feliz da sua vida. Era uma linda e maravilhosa princesa, pensou. Ah, os contos de fadas!
Sons de órgão e violão. Deslizou ao encontro do homem. E no fundo dos seus olhos viu amor infinito.
E os dela, o que refletiam?
- Eu te amo. - disse ele
- Amo você também - disse ela.

Durante a viagem de lua de mel para Cabo Frio, Letícia tentou afastar a tensão, falando sem parar, até os passageiros pegaram no sono e o silencio tomar conta de tudo.
De repente, mãos subiram por suas coxas, sondando seu corpo, fazendo-a estremecer. Por um segundo inteiro ficou imóvel. Relaxa, disse a si mesma, se entregando às emoções novas e excitantes.
Num dado momento o empurrou.
- Larga de ser assanhado, ou vamos acordar o avião inteiro.
- Há um minuto atrás parecia não ligar.
- Bem é que... ah, prefiro não comentar. Promete se comportar?
Eduardo riu.
- Não posso.
- Nem precisa - desafiou-o. - O avião já vai pousar no Galeão.

Assim que o táxi os deixou no Hotel Malibu, em Cabo Frio, Letícia se trocou rapidamente e arrastou Eduardo para a praia. Como uma criança feliz pegou a mão do marido e o levou pela orla até caírem gelados e molhados, quentes e exaustos.
Rindo, ela sacudiu os cabelos molhados para respingar na pele quente de Eduardo. Em seguida se levantou e correu em direção ao mar, gritando:
- Isso é para temperar o seu fogo. Tem a pele tão quente!...
Ele correu ao seu encalço, derrubou-a na areia, e a beijou.

Entardecia.
- Estou morta de fome.
- Podemos comer no Malibu, mesmo.
- Só se for agora. Estou com tanta fome que sou capaz de devorar tudo que vir pela frente.
- Que tal eu?
Ela riu, corando.
- Não pensa em outra coisa?
- Não.

Na suíte do hotel, Letícia correu para tomar banho tomando o cuidado de trancar a porta. Deixou a água fria cair pelo corpo, ensaboou-se lentamente, depois vigorosamente. Quando se deu conta de que não podia ficar eternamente, trancada no banheiro, saiu e se enfiou debaixo dos lençóis.
Eduardo observava as reações da mulher com um sorriso paciente. Era justamente esse jeitinho dela que o atraía.
Pensou: O que são mais alguns minutos? Esperei até hoje, posso esperar um pouco mais.
No quarto, Letícia se encolheu debaixo dos lençóis quando o barulho do chuveiro cessou. Ainda encolhida, observou o marido se sentar na beirada da cama e afastar os lençóis, lentamente. Mesmo na pouca luz do ambiente pode ver os olhos dele penetrarem na transparência da camisola.
Então, Eduardo a tomou para si. Gentil e habilidoso, soube despertar-lhe o desejo, e ela saiu do esconderijo para expressar de forma magnífica a paixão.
No dia seguinte, enviou um e-mail para as amigas:
“Meninas... tinham razão. O negocio é bom mesmo. Detalhe: só não imaginava que era tão grande!”



Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 27/04/2012
Alterado em 13/06/2012
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