Marisa Costa

Saber sonhar é saber viver!

Textos


(Tobias de Desabalada Carreira e Façú Não), agora se prepara para morrer.
 
 
Na volta da lua de mel, Rosa estranhou o silencio do marido.
Qui ocê tem homi? Qui cara é essa de quem cumeu e num gostô?
É hoje qui seu pai vai me mandá pro além.
Pra quê cê foi cutucá onça com vara curta?
E num é? Mas cê ficô orgulhosa d’eu, num ficô?
Amei, Tobias. Ocê é o meu homi.
Ao chegarem na rodoviária a primeira pessoa que Tobias viu foi o pai de Rosa e sua carabina. Desejou ser invisível, mas o coronel era o primeiro da fila no desembarque. Sem saída, saltou e foi logo dizendo:
Podi dá cabu d’eu, coroné!
Por que essa pressa toda?
Já cumi o frutu, entonce... vô morrê é feliz.
O Coronel coçou a cabeça, desnorteado.
E ocê acha qui eu lá sô homi de dá felicidade prum borra botas feito ocê?
Num é?
Sô não! Cê vai é vivê.
Tobias riu intimamente. Acertara o alvo. Pensou, cheio de si:
Num falei qui infrentava o homi? Venci, e sem usá porra ninhuma de carabina!
 
Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 20/07/2012
Alterado em 21/07/2012
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