Marisa Costa

Saber sonhar é saber viver!

Textos



Ao pé da Ladeira encontrou o amigo.
Cumé qui foi lá seu noivado com a Rosa ─ Zé perguntou com um tapinha nas costas de Tobias ─ Uai sô ─ continuou. ─ Cê tá branco qui nem papé. Qui aconticeu homi de Deus?
Ih, Zé. Num queira sabê. O pai dela é bravo feito onça.
Me conta, Tobias.
Tava eu lá feliz da vida quando vi aquio.
O quê?
Uma carabina dês tamain apontada pra ieu.
Cê guaguejô, Tobias?
Qui nada! Nem trimi.
Num é o qui parece não.
Infrentei o homi, tô falano. Só num gostei duma coisa.
O véio pôs ocê pra corrê?
Não! É qui ieu tava doidinho prá pegá na mão da Rosa, e sabi o qui aquei ogro fiez?
Fala logo, Tobias.
Mandô a fia caçula ponhá as alianças nieu e nela.
Zé soltou uma gargalhada.
Ondi é qui ocê foi amarrá sua égua, hein amigo.
E num é? Má tem pobema não. Pô aquéia morena infrentu o arsenal inteio do véio.
─ Zé balançou a cabeça duvidando.
Acredito não ─  e fixando o olhar ladeira acima, exclamou: ─ E pu falá na pieste lá vem o pai da Rosa.
Ondi, ondi ─ gritou Tobias fugindo em desabalada carreira.

 

(*) Imagem: Google
Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 14/06/2012
Alterado em 26/07/2016
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